Cenas mostram músicos jogando golfe e até pastor metaleiro em SP
Dirigido pela dupla Sam Dunn e Scott McFadyen, os mesmos responsáveis pelo documentário "Metal - A headbanger's journey", o filme transporta o espectador para dentro do Ed Force One, o boeing 757 pilotado pelo próprio Dickinson que carrega os músicos, técnicos e as 12 toneladas de equipamento de palco usadas na turnê "Somewhere back in time". Apesar da apreensão inicial antes da primeira decolagem e do agourento número do voo (666), a jornada segue sem grandes sustos no ar graças à perícia do cantor no comando da aeronave. Filho de um ex-piloto da Força Aérea Real britânica, Dickinson também comanda voos comerciais quando está de férias da banda.
No interior do avião, fora da cabine do comandante metaleiro, o clima é de farra: as aeromoças vestem camisetas do Iron Maiden, os passageiros tiram sarro das tradicionais proibições no espaço aéreo e comemoram a chegada de uma garrafa de vinho "contrabandeada" pelo baterista Nicko McBrain. A cada desembarque, o clima do lado de fora do aeroporto é de histeria.
Mas ao contrário do que se poderia esperar de um grupo de roqueiros veteranos que se descabelam e correm no palco como jovens de 20 anos e cantam músicas que fazem referência a guerras e demônios, o espírito nas horas de folga é outro. Com exceção do guitarrista Janick Gers, que adora um pub irlandês, o guitarrista Adrian Smith aproveita a folga para jogar tênis com um ex-campeão na Austrália; McBrain e Dave Murray se entregam ao golfe e o baixista Steve Harris, o mais focado de todos, aproveita a viagem para curtir os filhos adolescentes e, claro, jogar uma partidinha de futebol sempre que possível.
Convertido após uma 'visão', ele diz agora que é capaz de fazer milagres.
O autoproclamado fã número 1 do Iron Maiden mora em um sobrado humilde no bairro de Itaquera, zona leste de São Paulo. Fanático pelos metaleiros desde a década de 1980, Marcos Motolo, 36, diz ter feito 172 tatuagens da banda por todo o corpo e, como se o feito não bastasse para provar sua devoção, ainda registrou o filho de dez anos como Steve Harris em homenagem ao lendário baixista do grupo. Mas, da turnê recente do Maiden pelo país - que se encerra nesta terça com um show em Recife -, Motolo conta que não conseguiu ver nenhum show. Estava ocupado demais pregando a palavra de Cristo como pastor evangélico.
Personagem do documentário "Flight 666", filme oficial da banda britânica de heavy metal que tem estreia nos cinemas prevista para o mês que vem, o pastor metaleiro não renega o seu passado. Em vez disso, tem usado sua história pessoal para "semear no deserto", ou ainda, "levar a palavra de Deus às pessoas que não estão preocupadas com isso".
Fontes: G1 - YouTube